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Prefeitura de Niterói insiste em nomear como ‘Che Guevara’ unidade de saúde

Secretária Municipal de Saúde da Prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro, respondeu um ofício do Advogados Pela Liberdade com argumentos curiosos para utilizar o nome de Guevara em unidade de saúde

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O revolucionário comunista Ernesto Che Guevara, cujos métodos de atuação política envolviam fuzilamento, que pretende ser homenageado pela Prefeitura de Niterói (Foto: Reprodução)
O revolucionário comunista Ernesto Che Guevara, cujos métodos de atuação política envolviam fuzilamento, que pretende ser homenageado pela Prefeitura de Niterói (Foto: Reprodução)

Mauricio Martins, diretor-executivo do movimento Advogados Pela Liberdade, divulgou na última terça-feira (30) o ofício que recebeu em resposta ao requerimento que impetrou contra a utilização do nome “Ernesto Che Guevara” em uma unidade de saúde em Niterói. Ao contrário do que poderia se imaginar, porém, o documento – assinado pela secretária de saúde do município, Maria Célia Vasconcellos – trouxe uma longa defesa insistindo na utilização do nome do médico e revolucionário comunista argentino que fez história ao lado do ditador cubano Fidel Castro.

“Na análise de um personagem histórico, há uma tênue diferença entre ter atuado de forma positiva ou negativa, dependendo do ponto de vista, das referências e das informações que se tem deste personagem”, inicia a carta em tom neutro, embora curioso. Logo adiante, a secretária afirma que Ernesto Che Guevara “já se inquietava com a injusta sociedade capitalista em que estava inserido” e “fundamentava” sua interpretação de mundo com base nas “leituras de Karl Marx”, cujos preceitos, para ela, “são amplamente aceitos nas academias e disseminados na sociedade como um todo”.

A carta também salienta que Guevara “viveu para lutar pelo que acreditava ser certo e justo”, “mesmo fazendo parte da classe média alta”. Nesse ponto, o ofício salienta, de maneira preconceituosa, que “esta classe é conhecida pelo nosso senso comum a não se importar com assuntos de cunho social”, sem descrever exatamente de quem é esse senso comum, se da Secretaria de Saúde ou de toda a Prefeitura.

Para humanizar a imagem de Ernesto Che Guevara, cujas truculências foram inclusive admitidas em célebre discurso na ONU onde confessa ter fuzilado e promete continuar a fuzilar, o ofício interpreta que ele era um “jovem médico munido de teorias e uma realidade” e cumpria o “Juramento de Hipócrates”, texto esse, porém, que curiosamente fala de “guardar respeito pela vida humana”.

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Mauricio Martins protocolou em 2016 um ofício contra o uso do nome de Che Guevara para unidade de saúde de Niterói (Foto: Reprodução / Facebook)
Mauricio Martins protocolou em 2016 um ofício contra o uso do nome de Che Guevara para unidade de saúde de Niterói (Foto: Reprodução / Facebook)

Críticas

Diante do tom da carta, houve grande indignação pelas redes sociais. Pelos argumentos difusos apresentados pela Prefeitura de Niterói, houve quem pontuasse que, pela mesma lógica, poderia ser justificado o uso do nome de Hitler ou, ainda, ser inaugurado o “Hospital Fernandinho Beira-Mar”.

O Boletim da Liberdade ouviu Mauricio Martins sobre os próximos passos que o Advogados Pela Liberdade pretende tomar após o recebimento do ofício. “Agora é entrar com o processo judicial. Quero ver se consigo protocolizar o quanto antes”, afirmou.

Confira, abaixo, a íntegra do ofício:

 

Foto: Reprodução / Facebook
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