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Professora da USP e página “Socialista Morena” atacam evento do grupo Caiapós

Clube de estudantes liberais de Ribeirão Preto convidou Kim Kataguiri e Arthur do Val para palestrar a calouros da USP; o grupo respondeu às críticas da professora

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Kim Kataguiri e Arthur do Val, convidados do evento (Foto: Reprodução / Facebook)
Kim Kataguiri e Arthur do Val, convidados do evento (Foto: Reprodução / Facebook)

Conforme foi noticiado neste Boletim, o Clube de Liberdade Caiapós fará um evento de recepção dos calouros da Faculdade de Economia e Administração da USP de Ribeirão Preto, chamado “Open Caiapós”, no próximo dia 13 de março, no anfiteatro Ivo Torres, com a presença do líder nacional do MBL, Kim Kataguiri, e do youtuber Arthur do Val, do canal “Mamãe Falei”. A novidade é que a iniciativa enfureceu professores e influenciadores digitais de esquerda.

A pagina no Facebook “Socialista Morena”, mantida pela jornalista Cynara Menezes, comentou: “não sei o que é mais patético: o nível dos palestrantes ou uma universidade pública, a USP-Ribeirão Preto, fazer propaganda de ideologia reaça”. A reação mais contundente, porém, foi de uma professora da própria universidade, Valquíria Padilha, que escreveu uma Carta Aberta ao Grupo Caiapós. No documento, Valquíria se diz decepcionada com o grupo Caiapós, que julgava sério, “apesar das divergências”, e disposto a “estudar as correntes teóricas do liberalismo, algo extremamente importante num ambiente universitário”. Ela considera contraditório que docentes liberais ocupem cadeiras na universidade, pois deveriam “ser os primeiros a darem o exemplo e buscarem empregos apenas em universidades privadas”, mas vai além e diz ser “aviltante” que estudantes liberais preguem a “utopia” do fim do estado naquele ambiente.

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Valquíria asseverou que o evento realizado pelo Caiapós consiste em doutrinação, a mesma que os liberais e conservadores tanto acusam a esquerda de praticar, não tendo “absolutamente nada a ver com a tarefa pedagógica de levar os alunos a pensarem criticamente e discutir com eles as teorias de autores/pesquisadores/intelectuais em sala de aula, com base, inclusive, no princípio da liberdade de cátedra dos docentes”.

Questionou ainda “o que os integrantes do MBL (…), do Grupo Caiapós e docentes da FEARP diriam se vissem uma entidade estudantil trazer para uma palestra a Cynara Menezes (conhecida como Socialista Morena) para falar ‘sobre a importância da participação na defesa das ideias do’ comunismo”.  Afirmou também que os convidados são pessoas ligadas ao MBL “que são financiadas e atuam nos partidos políticos de direita como DEM, PPS, PSDB, PRB e PMDB”, o que arranha o alegado apartidarismo do clube de estudantes.

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Caiapós reage

O Grupo Caiapós publicou uma nota respondendo às críticas da professora. O texto lamenta o que considerou ser um movimento em apoio ao cerceamento da liberdade. Segundo o Caiapós, o grupo busca “um ambiente acadêmico mais aberto, plural e menos hostil às ideias do liberalismo”, não se considerando ligado nem à esquerda, nem à direita, alegando que seu “sonho” é que a “ignorância econômica” da primeira e os slogans de “moral e bons costumes” da segunda sejam um dia vistos como “igualmente nocivos”. O grupo também não se identifica com o anarquismo, ao contrário do que disse a professora.

Também rechaçaram o projeto Escola Sem Partido, segundo eles “reacionário, grotesco e autoritário”. O grupo rebateu a crítica sobre a doutrinação de estudantes, alegando que seu evento é gratuito e aberto a qualquer um que se interesse, sem qualquer imposição; lembraram ainda que defenderam a realização de uma aula magna na presença de Fernando Haddad, ex-prefeito petista de São Paulo. Acrescentaram que não há absolutamente nada que impeça um evento com a presença de Cynara Menezes na faculdade, e lembraram que a estratégia do MBL de lançar candidatos através de partidos políticos às eleições nada tem a ver com o próprio Grupo Caiapós.

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Sobre os convidados, o Caiapós resumiu: “Além de terem sabida importância nas recentes mudanças pelas quais o Brasil vem passando, Kim Kataguiri e Arthur do Val são expoentes de uma juventude politizada cujos ideais representam o que pensa boa parte da sociedade civil. Talvez o desapontamento da senhora se dê por essa juventude não despontar em movimentos que bradam em nome das pautas que a senhora julga legítimas. De certa forma, nós compreendemos: até pouco tempo atrás, falar em liberdade econômica no Brasil era um anátema. Mas nosso objetivo é pôr termo a este silêncio cúmplice do nosso subdesenvolvimento. Reações negativas como a da senhora são compreensíveis: grandes mudanças não ocorrem sem grandes resistências”.

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