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“O meu horizonte é ser candidato a deputado federal em 2018”, diz Fabio Ostermann, do PSL

Candidato à prefeitura de Porto Alegre pelo PSL nas últimas eleições, ele avalia os avanços liberais na política partidária e anuncia que escreverá um livro em 2017

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(Foto: Reprodução / GaúchaXH)

A trajetória do cientista político gaúcho Fabio Ostermann na defesa das ideias liberais já era digna de todas as menções. Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com especialização em Políticas Públicas por Stanford, Fabio já colocou todo esse currículo em ação em prol de diversas instituições e entidades que lutam pela defesa da Liberdade. Algumas das organizações pelas quais passou foram o Instituto Liberdade, o Instituto de Estudos Empresariais (IEE), o Estudantes pela Liberdade, o Instituto Ordem Livre, o Instituto Liberal e o Movimento Brasil Livre.

Professor, palestrante e ativista, recentemente Fabio decidiu somar esforços em um cenário diferente: a política partidária. Coordenando as atividades e metas do Livres, uma corrente liberal e libertária que procura renovar os ares do Partido Social Liberal, ele foi candidato à prefeitura de Porto Alegre nas últimas eleições municipais, conquistando 7.054 votos – o equivalente a 0,99% dos votos válidos do município. Em entrevista concedida a este Boletim, Ostermann avalia os resultados – não só os seus como de todo o PSL -, os sucessos conquistados e os desafios para o crescimento do liberalismo no Brasil, e ainda anuncia o projeto de escrever um livro no ano que vem e ser candidato a deputado federal em 2018.

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Fabio em campanha eleitoral pelo PSL (Foto: Reprodução / Arquivo Eleitoral)

Boletim da Liberdade: Você foi candidato pela primeira vez este ano e logo a um cargo executivo: o de prefeito de Porto Alegre. Quais lições você aprendeu nesse processo? A sua marca de 7.054 votos foi dentro do esperado?

Fabio Ostermann: A grande lição que eu tive foi a de que é necessário contornar uma série de obstáculos que o status quo impõe a candidaturas que vêm de fora e ter de lidar com um bloqueio da mídia. Até em certos momentos consegui contornar, porque eu tinha uma equipe relativamente bem organizada – tinha assessoria de imprensa, etc. -, então isso pôde me diferenciar dos nanicos já a princípio.

Mas, conforme a eleição foi se desenvolvendo, o interesse da imprensa passou a ser basicamente nos principais candidatos – que aqui em Porto Alegre eram quatro – e acabei ficando um pouco de lado. Isso se deu também devido a uma mentalidade de “voto útil”, que foi um dos grandes obstáculos para a minha candidatura. Havia um temor muito grande de que a Luciana Genro ou o PT fossem para o segundo turno. Já que o maior partido do Rio Grande do Sul não é o PT, nem o PMDB, nem o PP, e sim o “partido antipetista”, o medo dessa possibilidade serviu como um argumento muito forte para que as pessoas, inclusive liberais, que concordavam com a minha plataforma, que elogiavam as minhas propostas, migrassem o voto para o Marchezan (PSDB), o que acabou fazendo com que ele passasse em primeiro para o segundo turno e ganhasse a eleição.

Nesse sentido, eu esperava fazer mais do que 7.054 votos. Acho que essa quantidade de votos – e isso muita gente experiente e respeitada no meio político me disse – não refletiu o tamanho da minha candidatura. Eu teria muito mais votos se não fosse essa circunstância específica e a mentalidade do voto útil, que faz com que as pessoas deixem de votar no candidato com quem mais concordam e votem naquele que supostamente tem mais chances.

Essa quantidade de votos não refletiu o tamanho da minha candidatura. Eu teria muito mais votos se não fosse a mentalidade do voto útil

Boletim da Liberdade: Como um dos líderes do processo de renovação do PSL, como você avalia os resultados do partido colhidos até aqui, inclusive nas urnas, e quais são as metas da legenda para 2018? Quais serão os próximos passos?

Fabio Ostermann: Nosso resultado foi bastante satisfatório. O partido elegeu centenas de vereadores Brasil afora. Especificamente do Livres, elegemos um vereador numa capital, ficamos com três primeiros suplentes que devem vir a assumir, e tivemos muitas boas candidaturas e surpresas. E tudo isso com o pouco tempo de candidaturas que foram colocadas em cima da hora – o que comprometeu o resultado. Mas a nossa leitura é de que foi uma experiência muito positiva.

O Livres está completando um ano agora, então, apesar de pouco tempo, nós conseguimos criar uma marca, uma imagem, e veicular essas ideias de forma efetiva a ponto de elegermos, pegarmos suplentes etc. Então, a leitura é claramente positiva – mas claro, para 2018 os desafios são diferentes. Nós teremos tempo e estamos nos organizando para eleger deputados federais. Nosso objetivo como partido é eleger pelo menos cinco e eleger deputados estaduais Brasil afora, para que possamos realmente mostrar que as vozes liberais têm relevância e que elas podem assumir o protagonismo no debate público no nosso país.

Nosso objetivo como partido [PSL] é eleger pelo menos cinco [deputados federais] e eleger deputados estaduais Brasil afora.

Entrevista ao Pânico no Rádio (Fonte: i1os)
Entrevista ao Pânico no Rádio (Foto: Reprodução, Jovem Pan /  i1os)

Boletim da Liberdade: O país sofre um intenso processo de instabilidade e dezenas de políticos estão sendo implicados em delações. Você acredita que os liberais estão bem preparados para aproveitar a alta probabilidade de grande renovação do Congresso em 2018? Você pretende ser candidato? A qual cargo?

Fabio Ostermann: Acho que o clima nunca foi tão favorável a ideias liberais em toda a história do Brasil. A gente nunca teve um movimento liberal tão preparado e qualificado como temos hoje. Isso me deixa muito otimista em relação às eleições de 2018. Eu pretendo sim ser candidato, pelo momento que vive o país e até pela própria necessidade de representação das ideias liberais na Câmara Federal.

A minha preferência no momento seria tornar-me candidato a deputado federal, apesar de eu saber o quão difícil é isso para quem não tem cargo ou não ocupa uma posição pública. Mas pretendo trabalhar para isso e aqui no Rio Grande do Sul estamos trabalhando para expandir o alcance do partido e chegar mais longe. Esse é o meu horizonte político para 2018. Claro que eu posso me candidatar a outra coisa, se eu vir que é a melhor possibilidade de expandir o alcance das nossas ideias e ter um impacto efetivo na promoção das ideias da liberdade e na limitação do papel do governo nas nossas vidas. A princípio, porém, esse é o meu horizonte: [candidato a deputado] federal em 2018.

O clima nunca foi tão favorável a ideias liberais em toda a história do Brasil. A gente nunca teve um movimento liberal tão preparado e qualificado como temos hoje.

Boletim da Liberdade: Você está com outros projetos para o futuro visando divulgar a liberdade além da política partidária? 

Fabio Ostermann: Além do meu trabalho no partido, eu sigo palestrando em eventos variados, mesmo sem vinculação com objetivos partidários. Acho que, sempre que me é dada a possibilidade de expandir a compreensão e o alcance das nossas ideias, devo aceitar, de acordo com a agenda. Então, pretendo seguir dando palestras variadas. Para 2017, também pretendo escrever um livro introduzindo alguns temas relevantes da temática liberal, com caráter bem didático, ora desmistificando algumas questões, ora explicando outras sobre as quais recebo muitos questionamentos. Esse vai ser um dos objetivos para 2017.

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